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Educação: ato humano, ação divina

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A Campanha da Fraternidade de 2022 foi o tema escolhido para a palestra de abertura do Ano Pastoral. A formação, ministrada pelo padre Adilson José Colombi, foi realizada na noite de quarta-feira, 23 de fevereiro, no auditório paroquial.
“A Campanha da Fraternidade, instituída pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), acontece desde 1964, no tempo da quaresma. Ela sempre apresenta um tema e um lema, que nos ajudam a viver esta preparação para a Páscoa. A quaresma é um período de apelo à conversão, de mudança de vida e de comportamento. Por isso, a temática escolhida é sempre uma realidade sociocultural que necessita de reflexão e de ação transformadora”, explica padre Adilson.
Segundo ele, em 2022, pela terceira vez na história da Campanha da Fraternidade (1982/1998/2022), o tema escolhido apresenta a educação, mas com um enfoque diferente das abordagens anteriores. O tema deste ano é “Fraternidade e Educação” e, o lema, “Fala com sabedoria, ensina com amor” (Pr 31,26). “Neste ano, a CF não quer refletir a respeito de uma particularidade específica da educação. Isso está assinalado na apresentação do Texto-Base, diante do desafio de redescobrir caminhos para uma reconstrução que não é parcial, mas global, e que não atinge somente aspectos específicos, mas que deve chegar às raízes do modo como as pessoas e povos compreendem e organizam a totalidade da vida”, afirma.
Padre Adilson também assinalou um trecho que considera importante. “O documento também afirma “Educar é um ato eminentemente humano. Somos renovados quando aprendemos mais a respeito da vida e de seu sentido, quando nos ensinam novos conhecimentos e quando percebemos que em nós existe a profunda sede de aprender e ensinar””. Não se trata de refletir e agir sobre aspectos específicos, mas a respeito dos fundamentos do ato de educar e nos motivos de nossas escolhas em nossas ações de educar”, ensina. 

Ser humano integral
A Campanha da Fraternidade deste ano fala sobre o desenvolvimento humano integral. “A pessoa integral é uma unidade e uma totalidade. São quatro dimensões e nenhuma delas pode ser podada. A primeira é a naturalidade, o que o Papa Francisco chama de “casa comum”. Somos um ser natural. E dentro desta realidade, percebo que não sou um objeto, mas um sujeito e, por isso, a consciência se apresenta como segunda dimensão, acompanhada pela certeza de que não se vive sozinho, na dimensão social e comunitária, que nos abre para o infinito, o transcendente, o absoluto, que é Deus. Este é o sentido cristão do ser humano integral”, enfatiza padre Adilson. 
De acordo com o sacerdote, educar não é um ato isolado, mas um movimento permanente no qual todos se colocam como educadores e educandos. Por isso, fundamentado no Texto-Base, ele cita que a tarefa de educar é responsabilidade da própria pessoa, da família, da escola, da Igreja e de toda a sociedade. “Somos então convidados a “ver a realidade da educação em diversos âmbitos, iluminá-la com a Palavra de Deus, encontrando e redescobrindo meios eficazes que favoreçam processos mais adequados e criativos a fim de que ninguém seja excluído de um caminho educativo integral que humanize, promova a vida e estabeleça relações de proximidade, justiça e paz. A educação é um indispensável serviço à vida. Ela nos ajuda a crescer na vivência do amor, do cuidado e da fraternidade”.
Neste contexto, Jesus se apresenta como o grande educador. “Citando a CF2022, “Educar é também uma ação divina. A Bíblia nos mostra a história de um Deus que educa seu povo, caminhando com ele, conhecendo suas fragilidades, respeitando suas etapas e alertando diante dos erros. Quando contemplamos as ações e as palavras de Jesus, encontramos um caminhar educativo. Sua presença atenciosa junto às pessoas, a relação entre milagres e a conversão, o uso de exemplos recolhidos do cotidiano, tudo, enfim, nos apresenta Jesus como o grande educador””, detalha. 
Escutar, discernir e agir
Durante a formação, padre Adilson citou as três etapas para desenvolver a temática proposta pela Campanha da Fraternidade deste ano. Conforme o próprio documento, estão listados os compromissos de escutar, discernir e agir.
“Escutar é fundamental. E a realidade também nos fala. Por isso, escutar o todo é necessário, para não se perder diante de particularidades. “Escutar o outro, como Jesus nos demonstrou em toda a sua pedagogia, é o ponto de partida para acolher, compreender, problematizar e transformar a realidade””, diz padre Adilson, ainda citando o Texto-Base.
O discernimento também está inserido neste processo, e é o que separa a escuta da ação. “Para discernir, precisamos de critérios, tendo como base os valores e as tradições cristãs”, esclarece.
Por fim, o agir se releva também como testemunho. “É o pai, a mãe, o professor e qualquer pessoa que, com sua própria vida, educa mais do que o conteúdo que ensina”, observa. 

 
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